Há um momento na caminhada espiritual em que o homem, ao conhecer seus próprios poderes e o funcionamento da mente, descobre um grande desejo: encontrar uma maneira fácil, rápida e eficaz de impressionar o subconsciente com o bem. Isso porque o mero conhecimento intelectual da verdade não é suficiente. Não basta saber — é preciso viver a verdade.
No meu caso, a maneira mais prática e poderosa que encontrei foi “lançar o fardo”.
Um metafísico certa vez explicou isso de forma muito simples: “A única coisa que dá peso a qualquer objeto na natureza é a lei da gravidade. Se uma pedra fosse levada a uma altura suficientemente elevada, ela não teria mais peso.” Isso nos mostra que o peso é relativo ao plano em que se está. Quando Cristo disse: “Meu jugo é suave, e meu fardo é leve”, ele falava de um estado de consciência elevado, onde os pesos terrenos deixam de ter domínio.
Jesus havia transcendido a vibração do mundo material. Ele operava a partir da quarta dimensão da consciência, onde tudo é perfeito, completo, alegre e livre. Quando disse “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, Ele nos convidava a esse lugar de alívio interior. Um lugar onde entregamos nossas cargas à Mente Divina.
O Que É o Fardo?
Um fardo não é apenas uma responsabilidade. No plano espiritual, um fardo é um pensamento negativo, uma preocupação, uma crença de limitação, que se enraíza no subconsciente. Esse pensamento pode se expressar como medo, ressentimento, tristeza, falta, doença ou qualquer condição adversa.
Quando o homem tenta resolver tudo por conta própria, carregando o fardo com a mente racional, ele se desgasta. Isso porque a mente consciente é limitada, cheia de dúvidas, de medos, de suposições. Já a mente superconsciente, o Cristo interior, é o lugar da perfeição. É onde os problemas se dissolvem no seu “nada nativo”.
Como Lançar o Fardo
Lançar o fardo é um ato de fé ativa. É confiar tanto no poder divino dentro de nós que somos capazes de soltar a preocupação, sem medo. É transferir a carga da mente racional para a mente divina.
Uma mulher, por exemplo, estava passando por sérias dificuldades financeiras. Em vez de se desesperar, ela declarou com firmeza e paz:
“Lanço agora este fardo da falta sobre o Cristo interior, e caminho livre para a abundância.”
Esse simples ato de fé causou uma transformação profunda. Pouco tempo depois, ela recebeu uma avalanche de provisão. A raiz da escassez estava no subconsciente. Quando ela o impressionou com a verdade — a abundância divina —, a realidade externa começou a refletir esse novo padrão mental.
Casos Reais e Transformadores
Uma aluna minha havia ganhado um piano novo, mas não tinha onde colocá-lo, pois o estúdio ainda abrigava o antigo. O novo já estava a caminho, e ela não sabia o que fazer. Em vez de entrar em pânico, ela parou e declarou:
“Lanço esse fardo sobre o Cristo em mim, e caminho livre.”
Poucos minutos depois, recebeu um telefonema: uma amiga queria alugar seu piano antigo! Ele foi retirado minutos antes do novo chegar.
Outro caso foi o de uma mulher que vivia atormentada pelo ressentimento. Isso a fazia adoecer emocionalmente, e sua vida não fluía. Um dia, ela se voltou para dentro e afirmou:
“Lanço este fardo de ressentimento sobre o Cristo em mim. Agora sou livre, amorosa, harmoniosa e feliz.”
Aos poucos, o amor divino começou a preencher seu ser. Sua vida mudou radicalmente.
Repetição: Impressão Profunda no Subconsciente
A chave para lançar o fardo está na repetição constante da afirmação. Pode ser feita em voz alta ou em silêncio, com calma, mas com fé determinada. Às vezes, será necessário repetir por minutos, outras vezes por horas.
É como dar corda em uma vitrola: precisamos manter a vibração ativa, até que a verdade se torne mais real do que o problema.
Ao declarar: “Lanço esse fardo sobre o Cristo em mim, e caminho livre”, a visão começa a se clarear. A mente se acalma, e com isso vem o alívio, seguido pela manifestação: saúde, alegria, provisão, reconciliação, solução.
A Escuridão Antes da Luz
Muitas vezes, antes de uma grande manifestação, tudo parece dar errado. Isso acontece porque o subconsciente está sendo purificado. Dúvidas, medos antigos e padrões negativos sobem à superfície para serem expurgados.
Nesse momento, é comum o sentimento de desânimo. Mas é justamente aí que devemos permanecer firmes, louvando, agradecendo, perseverando.
Como o rei Josafá, devemos louvar em meio à batalha. Devemos agir como se já tivéssemos recebido. A fé ativa é o que atravessa o deserto.
Um aluno me perguntou: “Quanto tempo preciso permanecer na escuridão?” — e eu respondi: “Até conseguir ver no escuro.” E lançar o fardo é o que permite essa visão interior.
Fé Ativa: A Ponte Para o Milagre
A fé ativa é a ponte entre o invisível e o visível. Jesus demonstrou isso quando mandou o povo se sentar antes de multiplicar os pães. Ele agiu como se já tivesse o suficiente.
Uma mulher, separada do marido que amava, começou a negar a aparência de separação. Declarava todos os dias:
“Na Mente Divina não há separação. Portanto, o amor e o companheirismo que são meus por direito divino não podem ser perdidos.”
Ela colocava um prato para ele à mesa todos os dias, impressionando seu subconsciente com a ideia da reconciliação. Depois de um ano, ele voltou.
Música, Imaginação e o Poder do “Faz de Conta”
A música tem uma qualidade espiritual poderosa. Ela vibra na frequência da alma. Um amigo meu ouve músicas inspiradoras diariamente para se alinhar com o bem. Outra mulher dança enquanto afirma suas verdades, e sente que o movimento e a música carregam suas palavras com poder.
A imaginação criativa é um instrumento sagrado. Crianças vivem em estado de fé, porque vivem no mundo da imaginação. Jesus disse: “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus.”
Conheci uma mulher pobre que vivia como rica. Sempre falava sobre “anéis e coisas bonitas”, sem invejar ninguém. Quando recebia dinheiro, comprava chapéus ou fazia presentes, ignorando alertas para economizar. Sua alegria era tamanha que não havia espaço para a miséria. Pouco tempo depois, casou-se com um homem rico. A opulência havia se tornado realidade.
O Medo Deve Ser Dissolvido
Não há paz ou plenitude enquanto o subconsciente estiver dominado pelo medo. O medo é fé ao contrário. É energia espiritual mal dirigida.
Jesus disse: “Por que sois tão tímidos, homens de pouca fé?” — e também: “Tudo é possível ao que crê.”
Se me perguntam: “Como me livro do medo?”, respondo: “Enfrentando o que você teme.”
O medo só tem poder enquanto fugimos dele. Quando o enfrentamos com fé, ele se dissolve. Como diz o ditado: “O leão tira sua força do nosso medo.” Encare o leão, e ele desaparecerá. Fuja dele, e ele o perseguirá.
Fé em Ação Liberta
Muitos venceram a pobreza simplesmente por gastar com fé, sem medo. Quando se crê que Deus é a Fonte, não se tem receio de deixar o dinheiro circular. O subconsciente, então, é impressionado com a certeza da abundância.
Uma afirmação poderosa é:
“Dou graças agora a Deus, o Doador, pelo Presente Divino que se manifesta em minha vida.”
Ao fazer isso, a separação entre você e o bem é desfeita.
Às vezes, é preciso uma situação extrema — uma “dinamite espiritual” — para quebrar as falsas ideias no subconsciente. Mas quando o homem se recusa a agir por medo e age por fé, ele se liberta.
Discernindo a Motivação
Pergunte-se sempre: “O que me move neste momento? O medo ou a fé?”
Escolha a fé. Escolha caminhar com coragem, ainda que tremendo.
Talvez seu medo seja de uma pessoa. Então, encare essa pessoa com alegria e paz. Talvez ela desapareça naturalmente da sua vida, ou se transforme num elo de bênção.
Talvez seu medo seja de doença ou de germes. Saiba que a imunidade espiritual vem da confiança. O medo nos abaixa à frequência daquilo que tememos. Já a fé nos eleva acima do alcance do mal.
Germes, doenças e todo tipo de limitação pertencem à mente carnal. Não existem na Mente Divina. São produtos da “vã imaginação” humana. Quando nos alinhamos com a consciência de Cristo, nos tornamos intocáveis.
Um Novo Céu e Uma Nova Terra
“Num piscar de olhos”, a libertação chega. O mundo material cede espaço ao mundo maravilhoso da quarta dimensão — onde tudo é possível ao que crê.
“E vi um novo céu e uma nova terra, e não haverá mais morte, nem pranto, nem dor; porque as primeiras coisas passaram.”
Este novo céu começa dentro de nós, quando lançamos o fardo e confiamos.